segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nova Friburgo --> Cabo Frio (a viagem começa na cabeça)

Um belo dia verifico meu e-mail e encontro uma mensagem com o seguinte título:[Re_ciclo] Serra-Mar. Imediatamente, o coração disparou; a respiração ficou mais forte, cadenciada; a graxa desandou a circular pelas veias!!!! – Isso só pode ser uma coisa: UMA NOVA ROTA PARA PEDALARMOS!!!!!


Bike route 770274 - powered by Bikemap
A rota iria de Nova Friburgo a Cabo Frio, passando por Lumiar, Sana, Rio das Ostras e Búzios, além de algumas outras cidadelas pelo caminho. Assim, percorreríamos matas, pastos, cachoeiras e restingas, terminando nas praias da Região dos Lagos; viajando por subidas, descidas e planícies em estradas de terra e asfaltadas. Isso tudo em 5 ou 6 dias. - AAAAHHHHH!!!!! VAMOS JÁ!!!!!


Logo começamos a especular sobre quais as melhores datas para a realização da empreitada; não apenas pela ansiedade para cair novamente na estrada, mas também para estrear o mais novo upgrade da magrela do Thiago: o pião Megaranger, perfeito para subidas muito fortes. Dito quem iria ou não marcamos a viagem para um período que permitiria aos demais nos encontrarem na Região dos Lagos para participar da etapa litorânea, que seria num fim de semana entre Rio das Ostras e Cabo Frio.


Para definir as rotas das viajens e passeios nós sempre utilizamos os mapas do Google (GoogleEarth e BikeMap) por permitem avaliar os ambientes e a localização dos pontos interessantes (cachoeira, triha, restaurante, camping, etc.), além da inclinação de trechos das estradas. Mas algo não se encaixava dessa vez. Os vilarejos de Lumiar e Sana não estavam onde deveriam, de acordo com o que sabíamos e isso estava dificultando o planejamento. Fuçando alguns sites descobrimos o blog do Pedal, postado por um ciclista de Friburgo que pedala por algumas das estradas pelas quais passaremos. Ele foi bastante solícito e explicou que, além dos vilarejos erroneamente localizados nos mapas (Amparo também está fora do lugar), algumas das estradas podem também estar indicadas de maneira equivocada (figura abaixo). Um exemplo é o da Estrada Velha do Amparo que está marcada como sendo a RJ-150, quando a RJ-150 está marcada como RJ-130.



Agora, com essas novas informações teremos que revisar o caminho. Enquanto isso também faremos alguns ajustes nas bikes.




Nova Friburgo --> Cabo Frio (a viagem começa na cabeça)


Nova Friburgo --> Cabo Frio (mudança de planos): agora é Rio das Ostras --> Marataízes

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Berbela e as bicicletas recicladas

Misto de artista plástico, soldador e ciclista.

Antônio é Pernambucano, vive em Paraisópolis, uma das maiores favelas da cidade de São Paulo, onde trabalha como mecânico em uma oficina improvisada em um terreno alugado. Perseguido por um pedido de filho - que desejava uma bicicleta igual às que tinha visto no Paque do Ibirapuera - Antônio começou a trasformar a sua velha magrela. A matéria prima dessa transformação? Sucata, lixo, objetos sem serventia que encontrava na própria oficina e pelas ruas do bairro, tudo arranjado com muita criatividade e habilidade na solda. De tão exótica e chamativa, a bicicleta logo ganhou um nome - e Antônio um apelido - Berbela. Aquela seria apenas a primeira das 16 bicicletas que ele viria construir/transformar na sua pequena oficina (até agora).

Mas não só de lixo são feitas as bicicletas do Berbela. Na verdade as suas obras são caracterizadas pela mesclagem entre sucata sem valor e objetos tecnológicos modernos, como aparelhos de DVD. O resultado final é uma caricatura das nossas grandes cidades, onde os extremos contrastam sem dó. A-do-rei!


Note o adesivo "respeite o ciclista" no pára-brisa da bike. Também chamou minha atenção o bagageiro dianteiro (além do conjunto da obra, obviamente).

Fontes:
http://vidaemcronicas.blogspot.com/2010/09/o-homem-que-transforma-sucata-em-arte.html http://ecolivre.com.br/?p=1638
http://www.oguiaverde.com/?p=2649

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Filme: As bicicletas de Belleville

É um filme que conta a história do relacionamento entre um jovem, sua bicicleta e sua vózinha. Além da estética do filme, a qualidade do áudio é fabulosa compensando a quase total ausência de "diálogos falados". Mesmo sendo uma animação "bonitinha" eu não recomendaria a criancinhas pois há algumas cenas de violência explícita, apesar de não ser um fime violento.

SINOPSE: Champion é um menino solitário, que só sente alegria quando está em cima de uma bicicleta. Percebendo a aptidão do garoto, sua avó começa a incentivar seu treinamento, para fazê-lo um verdadeiro campeão e poder participar da Volta da França, principal competição ciclística do país. Porém, durante a disputa, Champion é sequestrado. Sua avó e seu cachorro Bruno partem então em sua busca, indo parar em uma megalópole localizada além do oceano e chamada Belleville.


Divirtam-se

sábado, 16 de outubro de 2010

Campos do Jordão > Paraty - Impressões sobre Campos


Antes de começar a relatar as nossas impressões sobre Campos do Jordão (passamos quase uma semana lá antes de partir para a aventura propriamente dita), devo revelar a nossa primeira lesadisse da viagem. Como contei no post anterior (o link está no fim desse post), nós decidimos enviar a nossa bagagem de carro para a rodoviária, sendo que nós iríamos pedalando sem peso. Marcamos a entrega das bagagens na rodoviária mais tarde do que o horário em que nós chegaríamos, pois ainda teríamos que desmontar as bicicletas e, apesar de já termos treinado o desmonte em casa, não queríamos surpresas. Chegamos na rodoviária no horário que tínhamos programado, compramos as passagens e fomos para a plataforma desmontar as magrelas. Foi quando nos demos conta de que todas as nossas ferramentas tinham ficado em uma das nossas mochilas, que só chegaria na rodoviária quase uma hora mais tarde! Resultado: tive que acordar o Luiz para levar as bagagens mais cedo e quando embarcamos as bicicletas o bagageiro do ônibus já estava relativamente cheio, ou seja, foi suado! Por esse motivo, nada de fotos das bicicletas preparadas para entrar no bagageiro.

Basicamente fizemos o seguinte: com a bicicelta de cabeça para baixo, ou seja, apoiada no selim e guidão (lembre-se de de afrouxar e girar o trocador de marchas no guidão de forma que não seja ele a ficar apoiado no chão), tiramos as duas rodas e o macaquinho, prendemos (com sacos plásticos e tensores) o macaquinho e as rodas no quadro (uma de cada lado) e colocamos os pedais para dentro. Pronto! A nossa ida para Campos do Jordão foi feita pela Viação Três Amigos. Eles não nos exigiram nenhum documento e nenhuma taxa extra, mas, como já disse, precisamos tirar as duas rodas das bicicletas.

O frio e o preço das coisas foi o que mais nos chamou atenção em Campos do Jordão. Durante o meio do dia era possivel até sentir calor (ainda mais pedalando), mas bastava o sol começar a descer que a temperatura caía ao congelamento. Lá pelas 23h era fácil ver os termômetros alcancarem 5ºC. Ou seja, se você pretende sair cedo do hotel e ficar na rua até tarde, prepare-se para ficar carregando um casaco pesado enquanto o frio não vem. E se você acabar decidindo entrar em algum lugar para se esquentar e tomar uma cerveja (a fábrica da Baden Baden fica lá, disseram que as cervejas são mesmo muito gostosas), prepare-se/controle-se, pois senão vai ter que penhorar um rim no fim da noitada! Um almoço no Capivari (que é o bairro mais chique de Campos, onde se concentra a vida noturna) dificilmente sai por menos de R$20, facilmente alcança três dígitos. Mas quando se afasta do Capivari os preços diminuem consideravelmente. Uma dica é tentar fazer as refeições no Mercado Municipal, dá para encontrar PF por R$8 (infelizmente descobrimos isso só no fim da nossa estadia). Hospedagens mais baratas também são mais fáceis de encontrar quando se distancia do Capivari. Nós ficamos na Don Raton por uma diária de R$40 no quarto quádruplo, sendo que esse já era um preço promocional para os congressistas. A pousada tem um bom atendimento e boa estrutura, fica distante do Capivari, mas tem ônibus de linha que passa regularmente.

Bem em frente à pousada Don Raton tem um estabelecimento que nós cariocas chamamos de podrão. O típico podrão carioca é uma barraquinha que conta com poucos funcionários e que vende todo tipo de sanduiche, desde cachorro-quente de linguiça até X-tudo. Claro que hoje em dia tem podrão de tapioca, de sopas e caldos, até de crepes, aqui no Grajaú já tem até podrão com sanduiche vegetariano! Mas o que nós enconramos nesse podrão de Campos do Jordão foi diferente de tudo, o pão era simplesmente imenso! Pense num pão desses normais de hamburguer que você conhece. Aproximando o formato desse pão a um quadrado, o pão do podrão de Campos do Jordão (que rima legal!) tinha o lado com o dobro - sim, o dobro - do tamanho! Bem, o preço também é duplicado (os mais simples custavam cerca de R$7), mas nada que se destaque do padrão da cidade.

Para os ciclistas, à primeira vista Campos do Jordão parece bem hospitaleira. Tem muitos cicles e você vê o tempo todo ciclistas nas ruas (trabalhando, se divertindo, se exercitando...). Além disso, a rua principal, onde também passa o trem, tem ciclovia. Essa ciclovia, entretando, encontra-se em péssimo estado de conservação em alguns pontos, em outros está mal iluminada, e some a isso o hábito dos pedestres caminharem na ciclovia. Ou seja, é um verdadeiro caos! O que nos levou a preferir pedalar na rua mesmo em alguns pontos. Qunato aos cicles, nós recomendamos o Alex Bikes, que fica na rua principal, nas imediações da rodoviária (na verdade, fica a alguns bons metros - pode ser 1km - da rodoviária, na direção do Mercado Municipal, mas não conseguimos lembrar de nenhum outro ponto de referência). Aparentemente esse é o único cicle que fica aberto no fim-de-semana e, durante a semana, é o que fecha mais tarde. Além disso, eles nos atenderam muito bem, inclusive sem cobrar por alguns serviços simples (como apertar os cubos da minha bicicleta, que estavam com uma folguinha), apesar da nossa insistência.

Durante a nossa estadia conhecemos três pontos turísticos de Campos: o Horto, o Pico do Itapeva e a Ducha de Prata.

Horto (Parque Estadual de Campos do Jordão) -> A chegada é feita pela Av. Pedro Paulo, em toda a cidade tem placas, então é fácil de encontrar. O caminho é muito legal de ser feito de bicicleta (cerca de 1h e 30min pedalando), pois tem umas paisagens bonitas e a estrada é pouco movimentada e com asfalto em bom estado (um trecho estava em obras). Também é possível chegar de ônibus de linha e de táxi. O preço a ser pago na entrada é meio variável. De acordo com uma placa que tinha bem na entrada do Horto, motos pagam R$3, carros R$5 e ônibus (de turismo) R$10, além disso, cada pessoa paga R$5 (com meia-entrada para estudantes). Mas o que aconteceu na prática foi que nós que estávamos de bicicleta entramos de graça e alguns amigos nossos que foram de táxi pagaram R$5 cada. Para quem vai de táxi a dica é então descer antes da entrada do Horto e passar pela porteira como pedestre, assim entrando de graça.

Perto da entrada tem um quiosque onde vale a pena comer um bolo de pinhão (se não me engano R$2 o pedaço), que é muuuuito gostoso! Ainda perto da entrada tem uma estação de aluguel de bicicletas (Chris e Ana, vocês lembram o preço da hora?). Logo no começo da estrada para a Cachoeira do Galharada tem um viveiro de mudas onde dá para comprar filhotinhos de Araucária (e outras plantas).

Mudas de Araucária à venda no Horto. Notem que as plantas maiores levaram mais de 3 anos para atingir expressivos 30cm de altura. Não faço nem ideia de quanto tempo levam para chegar - fácil - aos 30m.



Essa cachoeira, sinceramente, não me impressionou muito, a queda d'água é pequena, o poço é pequeno (não que alguém tivesse coragem de entrar se ele fosse maior...), nada muito surpreendente. Retornamos pela trilha da Celestina e recomendamos fazer essa trilha de bicicleta apenas se você for um praticante de Mountain Bike (ou se gostar de empurrar a magrela), pois a trilha é bem estreita em alguns pontos e cheia de obstáculos. O visual da trilha é muito bonito, vale a pena deixar um pouco a bicicleta para fazer essa caminhada.

Uma curiosidade é que nas mesmas placas que indicam o caminho até o Horto têm indicações também do caminho para a Cachoeira do Diamante. Chegando no Horto perguntamos para um funcionário sobre a tal cachoeira e o rapaz nos disse que, na verdade, não existe acesso para ela! A Prefeitura colocou as placas, mas não se preocupou em abrir o acesso. Legal, né?

Mapa das trilhas do Horto Florestal de Campos do Jordão. Clique na imagem para vê-la em tamanho maior. Foto feita no centro de visitantes do Horto.















Ducha de Prata -> Fica bem perto do Capivari, por volta de 30min pedalando. Também é possível chegar utilizando ônibus de linha. As duchas são artificiais e alimentadas por um rio represado. Como chegamos lá já no fm da tarde, estava bem vazio, inclusive as lojas de souvenires já fechadas. De qualquer forma, parece que bate sol no local das duchas durante o dia, então talvez até seja possível tomar um banho. Para nós, a melhor parte dessa visita foi o caminho de volta: uma descida não muito íngreme, com asfalto perfeito e pouquíssimo tráfego. Essa estrada é a que dá na praça onde tem uma estátua imensa de cavalo.

Pico do Itapeva -> O caminho passa pela Ducha de Prata e ainda se estende por uns bons quilômetros. Levamos umas 2h na subida, que tem uns trechos bem íngremes onde eu precisei empurrar mesmo sem peso. A estrada é muito bonita, perfeitamente lisa, com vários pontos onde é possível avistar o vale, praticamente sem tráfego.

Uma das vistas do vale a partir da estrada para o Pico do Itapeva.













A estrada para o Pico do Itapeva, muito boa!













A única coisa que decepcionou foi o pico em si. Nós estavávamos imaginando um mirante com vista para toda a cidade (informação que conseguimos em um dos muitos folhetos turísticos que pode-se encontrar em Campos do Jordão), mas o que tinha lá era só uma placa. Pouco abaixo dessa placa tinha um mirante, mas com uma vista bem modesta, e nada da cidade. Depois nos demos conta que ainda um pouco abaixo tinha um hotel desses chiques, que anunciava um mirante entre as suas vantagens. Ficamos pensando se não seria esse o mirante anunciado no folheto turístico...

Olha ai a plaquinha que indica o Pico do Itapeva. Cadê o mirante, minha gente?












Como chegamos no topo no fim da tarde, esperamos o anoitecer (nosso mirante infelizmente não tinha vista para o sol poente) e descemos novamente naquela estrada incrivelmente lisa e silenciosa. Foi muito bom! É importante levar lanternas pois a estrada não tem iluminação.

No geral, ficamos por fim com a impressão de que falta muito para Campos do Jordão ser um destino amigável para quem gosta de viajar de forma independente - sem agência e pacote - e sem disposição para gastar bastante dinheiro. Saindo do centro é possível encontrar paisagens muito interessantes e estradas ótimas para pedalar. Vale uma estadia de uns 2 dias se estiver por perto e quiser conhecer as araucárias.

Araucárias, elas dominam as paisagens naturais em Campos do Jordão.












Mapa dos atrativos de Campos do Jordão fotografado na Ducha de Prata. Considerem o fato do que ele não parece estar muito atualizado (clique para ver em tamanho maior).







Campos do Jordão > Paraty - Prólogo
Campos do Jordão > Paraty - Preparativos
Campos do Jordão > Paraty - Impressões sobre Campos
Campos do Jordão > Paraty - 1º dia
Campos do Jordão > Paraty - 2º dia
Campos do Jordão > Paraty - 3º dia
Campos do Jordão > Paraty - Epílogo



Vejam também um vídeo produzido por um dos Re-ciclo Bikers (Thiago) sobre o candidato José Serra, do PSDB, clicando aqui.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Campos do Jordão > Paraty - Preparativos

O roteiro já tinha sido alinhavado pelo Thiago: Campos do Jordão até Aparecida do Norte no primeiro dia, Aparecida do Norte até Cunha no segundo dia e Cunha até Paraty no terceiro dia. Todo o trajeto seria feito em estrada asfaltada, exceto por uns 10km de estrada de terra já quase chegando em Paraty.


Bike route 648478 - powered by Bikemap
Rota original.

Em cima dessa base, procuramos alternativas menos afaltadas. Encontramos duas: o trecho ente Campos e Garatinuetá poderia ser feito atravessando a Serra da Mantiqueira, em uma estradinha de terra que passa por dentro do Parque Estadual de Campos do Jordão; e uma parte da descida da Serra do Mar, já em Paraty, poderia ser feita pela Trilha dos 7 Degraus (também conhecida como Caminho do Café) seguido as indicações desse relato http://www.mochileiros.com/caminhadas-na-regiao-de-paraty-pedra-da-macela-saco-do-mamangua-praias-da-enseada-da-cajaiba-t30149.html. A Trilha dos 7 Degraus nós só pegaríamos se o tempo (clima e relógio) cooperasse. Os pernoites seriam no Camping Clube do Brasil em Guaratiguetá (Clube dos 500) e na Pedra da Macela (acampamento selvagem), no começo da Trilha dos 7 Degraus.


Bike route 657395 - powered by Bikemap
Campos do Jordão a Guaratinguetá, via Serra da Mantiqueira.


Bike route 651147 - powered by Bikemap
Trilha dos 7 Degraus (Caminho do Café).

Entre ferramentas e afins, levamos:
- conjunto de chaves de boca
- conjunto de chaves alen
- chave de fenda gande
- alicate
- extrator de corrente
- bomba
- pedaço de serra
- fita isolante
- abraçadeiras plásticas
- kit para remendo de câmara de ar
- câmara de ar
- cabos de freio e de marcha
- pastilhas de freio

A escolha dos demais itens que iriam compor a bagagem foi influenciada por duas forças conflitantes: a necessidade de carregarmos o menor peso possível e o desejo de não passarmos frio durante a viagem. Roupas, levamos (cada um): duas blusas, duas calças compridas, uma bermuda, um casaco, uma capa de chuva e dois pares de meias. Para o acampamento, além da barraca, foram dois colchonetes e um saco de dormir. A programação incluía acampamento selvagem, então levamos também fogareiro, panela e afins.

Como antes da cicloviagem haveria o Congresso em Campos do Jordão, tínhamos ainda dois mochilões de bagagem. Ou seja, seria impossível ir pedalando até a rodoviária com tudo isso. A primeira possibilidade que levantamos foi de levar as bicicletas para a rodoviária no dia anterior (pedalando, obviamente), deixá-las presas por lá e ir com as bagagens no dia seguinte. Entretanto, para a minha surpresa, no estacionamento da Rodoviária Novo Rio não existe bicicletário! E como deixar as bicicletas dormirem presas do lado de fora é uma opção arriscada - risco de ficar sem bicicleta - essa possibilidade foi descartada. Além disso o ônibus saia bem cedo, então não dava para levar as bikes, voltar, pegar as mochilas e ir novamente para a rodoviária no mesmo dia (pelo menos não sem ter que sair de casa lá pelas 4h da madrugada). Por fim optamos por enviar as bagagens para a rodoviária de carro (valeu, Luiz) e ir pedalando.

Então, quando terminamos de arrumar tudo já era a noite do dia anterior, deixamos as tralhas com o Luiz e ficamos com aquela ansiedade. O dia seguinte começaria cedo...













Essa não é a nossa varanda!


Campos do Jordão > Paraty - Prólogo: http://re-ciclobikers.blogspot.com/2010/09/campos-do-jordao-paraty-prologo.html

domingo, 12 de setembro de 2010


Passeio Completo - Edição Especial Dia Mundial Sem Carro
Você Presente · Compartilhar · Evento público
19 de setembro de 13:00 as 18:00
Localização: Padaria La Bicyclette
Esquina da Rua Pacheco Leão com Von Martius - Horto
Rio de Janeiro, Brazil
Mais informações: O esperado Passeio Completo III será no próximo domingo, dia 19 as 13:00.

Dessa vez o Passeio será na semana do Dia Mundial Sem Carros. Será um incentivo a mais para quem tem que dar uma geral naquela bicicleta que está parada na garagem. Vamos aproveitar para treinar no domingo e poder passar o dia 22 de Set sem usar nenhum automóvel.

A primavera está chegando, quero bicicletas com muitas flores. É uma festa, então venham "arrumadinhos"...

Este deverá ser o maior Passeio Completo até agora. Peço a colaboração de todos para fazer uma passeio tranquilo e bem organizado, além da delícia que já costuma ser...

O ponto de encontro será no mesmo lugar, na esquina da Padaria Século XX, ao lado da Padaria La Bicyclette, no Jardim Botânico, as 13:00.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Campos do Jordão > Paraty - Prólogo

A ideia de pedalar por Campos do Jordão me ocorreu quando estava me organizando para um Congresso que ocorreria na cidade, do qual eu e outros Re-ciclo Bikers participariam. A princípio a minha idéia era fazer uma pedalada curta, ida e volta ao bairro do Charco (seguindo as indicações desse relato http://clubedecicloturismo.com.br/roteiros/mantiqueira/Serra_da_Mantiqueira.pdf) em dois dias.

O Thiago, que não ia ao tal Congresso, propôs então uma pedalada mais longa, pois assim ele teria um bom motivo para juntar-se a nós. Era uma proposta pretenciosa, já que essa seria a nossa primeira viagem de verdade: Campos do Jordão até Paraty. Infelizmente nem o Thiago nem os demais RCBikers puderam participar dessa cicloviagem, sendo suas únicas testemunhas eu mesma e o Victor.

Essa pedalada ocorreu no mês passado (agosto de 2010) e nos próximos posts eu vou fazer o relato da aventura. Espero que gostem!!!

A estrada, a inspiração...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cinema de bicicleta

Na última quarta-feira fui buscar o capacete que eu havia encomendado (vermelho, e o mais incrível e que eu achei ele bonito, se é que é possível um capacete ser assim!) e tive a felicidade de ser convidada por um dos sócios da loja a Pedal 2 a participar do primeiro eventos deles de Cinema de Bicicleta.

Para começar eu adorei o nome que une coisas que eu curto muito. Foi o momento certo para buscar o bendito.

Pois então, cheguei lá... na hora marcada (er... uns poucos minutos atrasada como manda a tradição carioca é claro!) e estava rolando um clima super relax com boa música e cervejinha gelada para os convidados (o evento teve entrada franca e foi na loja mesmo).

Lá rolou uma sessão de curtas muito legais!

Para quem quiser conferir o nome dos curtas que rolaram e só dar uma olhadinha na vinheta do evento no youtube (http://www.youtube.com/watch?v=0sEQkQ6HUiU). Se não me engano três deles são do acervo livre da internet, o que é muiiito legal!
E para quem quiser saber mais sobre essa galera, segue o link da loja Pedal 2
http://oficinadebicicleta.wordpress.com/ eles sempre organizam rolés de bike.

Tenho que dizer que fiquei super animada de descobrir que bem pertinho de mim tem uma galera assim engajada com o pedal e o melhor, disposta a compartilhar momentos e trocar idéias.

Bem, agora que estabelecemos contato, prometo que o próximo evento deles, que eu ficar sabendo, irei divulgar aqui no blog a tempo da galera se organizar para comparecer.
Para continuarmos nesse clima cinema+bicicleta, segue uns links loucos que achei na net. Não sei que tipo de propaganda é e nem em que língua está, não entendi nada do que falam, mas as imagens dizem tudo. O Nfta 3 é para mim o melhor!

Divirtam-se!


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Alto da Boa Vista

O caminho era simples (e curto), porém desafiador. A subida do Alto, de 10km, vai praticamente do nível do mar até cerca de 500m de altitude.


Bike route 601002 - powered by Bikemap

Depois de tomarmos conhecimento da nossa última baixa (Chris, problemas no freio com aquela voz de sono???), iniciamos a subida. Por ser um domingo de manhã, havia poucos carros e ônibus na pista, o que realmente facilita as coisas. A subida em si foi muito menos traumática do que nós esperávamos. Com algumas paradas estratégicas para fotos, os meninos subiram sem problemas, eu tive que empurrar a bicicleta duas vezes.

A estrada da Vista Chinesa tinha alguns trechos fechados ao fluxo de carros e isso deve ter cooperado para aumentar o número de ciclistas: eram muitos! A maior parte deles fazia o trajeto no sentido oposto ao nosso, o que significa uma subida realmente íngreme.

Na Mesa do Imperador - um mirante com uma vista muito bonita, onde tem uma mesa de pedra - havia um Macaco-prego tirando vantagem de uma lixeira: ele esperava que as pessoas atirassem o lixo e ia lá vasculhar, na esperança de um petisco. Uma grande ironia.

A descida foi muito rápida, terminou no Jardim Botânico. Como ainda era cedo, almoçamos e desfrutamos a tarde de sol na praia de Ipanema. Depois, casa - pedalando - para um merecido descanso!



sábado, 24 de julho de 2010

Killer Bee

Gente!

Com o que vocês se preocupam enquanto estão pedalando? Com o trânsito? Com buracos na pista? Com pessoas e animais que podem atravessar a sua frente a qualquer momento? Com assaltantes? Rá! Vejam isso:

Hoje eu e o Victor ficamos ajustando as bicicletas para a pedalada de amanhã (Alto da Boa Vista > Vista Chinesa). Depois de terminarmos fomos dar uma volta para ver se estava tudo funcionando perfeitamente. Como o trajeto de amanhã inclui ladeiras, decidimos subir uma aqui no bairro, até aí... Depois de ter suado para chegar no topo, larguei o dedo na descida. Foi quando senti uma pontada aguda na cabeça, seguida de uma sensação de queimação que eu já conhecia... As mãos perderam totalmente o controle do guidão (eu já disse que meu forte como ciclista não é o equilíbrio?), fui ganhando velocidade, um carro estacionado se aproximava periogosamente... No último segundo consegui acionar o freio traseiro e evitar a tragédia maior.

Victor, uma abelha!!!

Sim, senhoras e senhores. Uma abelha!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bicicletas para uso de todos!



Hoje ao passar pela estação de metrô Cardeal Arcoverde em copacabana, aqui no Rio de Janeiro, descobri que já existem bicicletas de aluguel no Rio, e fiquei muito feliz ao me deparar com elas. Essa idéia surgiu na década de 60, lançada pelos Provos (de provocativos ou Provokat em neerlandês) movimento revolucionário provocativo holandes que combinavam não-violência com humor.
Eles criaram os Planos Brancos (O termo branco significava a extinção da poluição visual, auditiva e florestal) para provocar a sociedade consumista da década de 60 e um deles foi o Plano da Bicicleta Branca que propunha o fim dos carros e a sua troca por bicicletas, em prol do meio ambiente.
As bicicletas deveriam ser gratuitas e espalhadas pela cidade e assim o fizeram, pintaram bicicletas de branco e espalharam-nas pela cidade de amsterdan, sempre destrancadas para uso público e gratuito, mas suas bicicletas foram confiscadas pela polícia.
Nos dias de hoje, o plano das bicicletas funciona na Holanda e em outros países da europa através de um sistema de bicicletas públicas (mas não gratuitas como idealizado pelos Provos).
O fato deste sistema estar sendo instalado aqui no Brasil é sem dúvida um avanço na idéia de possuir maior mobilidade com menor custo para o bolso e principalmente para o meio ambiente.
Para saber mais sobre os Provos:
Para saber onde encontrar no Rio uma bike para alugar:



terça-feira, 20 de julho de 2010

Um pouco sobre nós...

Fazia um dia belíssimo em Pipa – RN. Três malucos saíram a pé do camping onde estavam hospedados em direção a uma casa onde lia-se uma placa no portão “aluga-se bicicletas”...


Pegamos as nossas três companheiras e simplesmente saímos pedalando. O objetivo era meio vago, conhecer as praias do sul de Pipa (as do norte conhecemos a pé mesmo) até a lagoa Papeba. Acho que aqui cabe caracterizar os três “ciclistas”. Victor era o mais experiente dos três, durante a adolescência utilizou a bicicleta como um meio de transporte para pequenas a médias distâncias, tinha alguma noção do funcionamento de uma bicicleta e sabia colocar a corrente no lugar quando a mesma escapava das catracas. Quanto a mim, a última bicicleta que tive fora uma Ceci rosa aro 20... Uma vez namorada do Victor (esse mesmo que acabei de apresentar), passei a acompanhá-lo em alguns trajetos, utilizando a bicicleta da minha sogra. Devo admitir que tenho um histórico recente de pouco equilíbrio sobre a bicicleta (leia-se quedas). E o Thiago, bem, no final desse dia ele admitiu que duvidava seriamente de que conseguiria andar mais de 100m sobre a magrela. Ah, e a última vez que o Thiago tinha colocado a buzanfa num selim também era memorável: resultara em um mega-tombo, com direito a pontos na cabeça e tudo mais.

Depois de escrever isso eu fico pensando: como deu certo?

O fato é que deu certo. Naquele dia pedalamos cerca de 25km, incluindo ida e volta. Tá, não é uma quilometragem lá muito expressiva, mas nessas circunstâncias vocês hão de concordar que foi um feito de vulto! Passamos entre restingas, falésias, praias e cidadelas. Pedalamos na areia, em estrada de terra batida, de asfalto, paralelepípedo, até de balsa... Voltamos para o camping no final da tarde cansados, a bunda ficou doída até o fim da viagem. Mas ninguém reclamou! Dava para ver na cara de cada um de nós uma felicidade genuína.

De volta ao Rio de Janeiro, o assunto das mesas de bar passou a ser a nossa próxima aventura ciclística. Thiago e Victor reformaram suas bicicletas (a do Thiago, vale lembrar, era a mesma que tinha lhe proporcionado os pontos na cabeça), eu comprei uma. E de tanto falar no assunto, acabamos descobrindo outros malucos como nós - mais perto do que imaginávamos - que só precisavam de um pequeno empurrãozinho para comprar, reformar, tirar a poeira ou montar as suas bicicletas e botar a roda na estrada. O Chris logo inventou um nome um logo, a Lili criou o grupo de e-mails e o blog.

E estava feito, irremediavelmente feito: somos cicloturistas!














As três estrelas desse post.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Caminho dos Fortes







Segundo trajeto!
Dessa vez o ponto de encontro foi na Praça XV em frente as barcas. Atravessamos a poça e desembarcamos em Ponta d'areia. De lá seguimos por Gragoatá, Boa viagem, Icaraí, São francisco, Charitas até chegarmos em Jurujuba, onde paramos para almoçar no Berbigão, passando por diversos fortes de Niteroí.
Depois da praia de Adão e Eva fica o forte Santa Cruz onde fizemos uma visita guiada muito informativa.
No final do dia retornamos e antes de atravessarmos a baía de volta, fizemos uma parada superrrr estratégica na Compão.

Rota da Aventura






Nosso primeiro trajeto realizado.
O ponto de encontro foi no MAM. Alguns (como eu) foram sendo resgatados pelo caminho. Passamos pelo Flamengo, Botafogo, Urca (entramos no Forte São João), Copacabana, Arpex (com parada estratégica para abastecer as energias pro resto do dia e admirar o mar que estava verde esmeralda!), Ipanema, Leblon, São Conrado (via Niemeyer), Barra (via Joá), Recreio e finalmente Macumba!
Lá acampamos no CCB (camping clube do brasil) Recreio e fizemos o mesmo percurso de volta no dia seguinte.
Para uma primeira experiencia... Valeu muito!